terça-feira, 8 de abril de 2014

HISTÓRIA DA CIDADE DE JÚLIO DE CASTILHOS

OS 200 ANOS DA CHEGADA DE JOÃO VIEIRA ALVARENGA

                                                                                                                        (Firmino Costa)

            O ano de 2013 marcou a chegada de João Vieira de Alvarenga, primeiro morador de Júlio de Castilhos. A efeméride foi comemorada com a colocação de uma placa-monumento na praça que leva o seu nome. Ele foi o primeiro proprietário rural numa área que incluía o centro da atual cidade. Ele, sua esposa, o filho e dois escravos foram os primeiros habitantes da cidade.
Até 1801, a nossa região pertencia à Espanha. Pertencia aos Sete Povos das Missões. Naquele ano houve a célebre Conquista das Missões e o território passou a ser português.
Começou então a povoação da área conquistada e ela atingiu a nossa região (pelo norte da atual cidade) já em 1802 ou 3. Era um paulista que teria vindo de Lajes. (Na época Paraná e Santa Catarina atuais pertenciam à Província de São Paulo). Seu nome era Manuel Moreira Paes e dele descendem os Moreira Machado de Júlio de Castilhos.
            Os campos e matos, ao sul da atual cidade, foram ocupados na mesma época por um descendente de açorianos, André Pereira Garcia, vindo de Rio Pardo, onde nasceu. Seu pai seria o primeiro dono do Itaroquém e dele descendem os Bastos de Júlio de Castilhos. Estes dois seriam, portanto, os primeiros proprietários rurais do nosso atual município.
                                                                 
           Entre eles existia uma área que ainda permanecia sem dono por quase dez ou 12 anos. Quis o destino que, há duzentos anos, chegasse o nosso João Vieira de Alvarenga, um outro paulista, curitibano, que gostou do lugar e veio se estabelecer no alto de uma coxilha, hoje bem no centro de nossa cidade. Havia no lugar um antigo capão de pessegueiros          (pêssego é durasno, em espanhol) e era conhecida como Coxilha do Durasnal.
Quando chegou, João Alvarenga era um jovem de uns 24 anos e teria vindo da Lapa (hoje Paraná), de onde seria sua esposa, Maria Rosa de Morais e onde nasceu seu primeiro filho Manoel que aqui chegou com três anos de idade. O casal teria sido acompanhado com dois escravos: Pedro de 15 ou 16 anos e Isméria, de 12.
            Ali, a família Alvarenga estabeleceu uma fazenda, chamada “Fazenda da Boa Vista”. Sua casa de vivenda e antigo arvoredo ainda foram vistas em 1870 por um historiador de Cruz Alta. Ficaria onde hoje é a residência do Dr. Régis Salles e havia uma mangueira de pedra, demolida em 1914, onde hoje é a CRT. Na época as mangueiras eram pequenas. Apenas para as vacas de leite e os cavalos da fazenda. O gado mais xucro da época era trazido para o rodeio que ficaria onde hoje está a nossa praça central.
            João Alvarenga dedicou-se à criação de gado, principalmente mulas, que eram vendidas em sua fazenda. No entanto, sua principal atividade, que exerceu, pelo menos, por 18 anos, teria sido o comércio de erva-mate que ele levava, de carreta, e vendia no Uruguai.
            De João Vieira de Alvarenga descendem muitos Barros e Onófrio de nossa cidade.
            Ele morou na Fazenda da Boa Vista por cerca de 45 anos e aí faleceu, em 21 de novembro de 1856.

            O ano de 1812 ou 13 marcou, portanto, o km zero da história de nossa cidade. 

Um comentário:

  1. A designação de VILA RICA,Perdoe-me Dr. Firmino, de onde surgiu. Desde criança ouvi essa denominação?...
    Estou aos poucos tomando conhecimento de teu trabalho e desde já parabenizo este castilhense que tanto sabe da "vila rica"?..

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