A Lei n° 3.118
seja de 27 de novembro de 2013, dá nova denominação à continuação norte da Rua Pimenta de Moura.
Ter seu nome
em uma via pública, bem ao alto da coxilha da terra que ele tanto amou, é um
ato plenamente justificável, honrando a memória do nosso saudoso Dr. Solon,
pois foram muitos e relevantes os serviços reconhecidos pelo Poder Público:
O Dr. Solon
participou da Imobiliária Progresso que, com o dinheiro da comunidade e da
Prefeitura, construiu o atual Hotel Castilhense, quando a cidade carecia de um
local digno para hospedagem. A participação da comunidade, com quotas, foi
idéia dele.
Seu
interesse pela criação de empregos na cidade era notável. Ele via que os jovens
não permaneciam na cidade por falta de emprego e trouxe de Umuarama, no Paraná,
duas pessoas para uma palestra que motivou a criação de uma “holding”.
Foi ele o
criador da “Holding JC Empreendimentos S.A.” visando o desenvolvimento
agro-industrial de Júlio de Castilhos, à qual dedicava toda a sua atenção. E
conseguiu, novamente, que a comunidade subscrevesse quotas para sua criação.
Com sua morte, o numerário arrecadado foi destinado à construção do Pavilhão
Comercial que o Sindicato Rural usará em comodato por 20 anos.
Em outra
ocasião, ele organizou uma excursão à Vacaria, em ônibus, levando empresários
de nossa cidade interessados em conhecer o trabalho de desenvolvimento daquela
comunidade, programa do então Prefeito, que lá estava tendo grande sucesso.
O
Dr. Solon Lemos foi um dos médicos mais bem preparados do passado. Embora
generalista, especializou-se em pediatria no Hospital Maia Filho, de Porto
Alegre, freqüentando enfermarias de traumatologia que, na época, fazia falta no
nosso Hospital. Nessa área, ele dificilmente mandava um paciente para
especialistas em Santa Maria.
Quando
na cidade havia apenas um Posto de Saúde, em seus últimos anos, até sua morte,
dedicava as manhãs de quarta-feira para atendimento gratuito aos necessitados.
Ele
impulsionou a criação da nossa APAE, e foi o seu primeiro Presidente.
Foi
Presidente do Clube Félix da Cunha e, quando a sociedade passava por
dificuldades, voltou a pertencer ao grupo de presidentes que reabilitaram o
Clube.
Foi
presidente do Rotary Clube de Júlio de Castilhos, entidade que visa o
reconhecimento das profissões e prestou, juntamente com seus companheiros,
inúmeros serviços à Comunidade.
Foi
Diretor do Teatro de Amadores de Júlio de Castilhos e membro do Conselho
Municipal de Cultura, evitando que o antigo cinema continuasse sem a finalidade
cultural com que foi doado e deixasse de pertencer à comunidade.
Dotado de uma
ótima voz, participou da única novela radiofônica histórica de nossa terra.
Para
não trair seus princípios de honestidade não aceitou ser candidato único com o
apoio dos dois partidos da época. No entanto, por interesse e amor a Júlio de
Castilhos foi candidato a Prefeito pelo seu partido.
Pessoa
educada e de fino trato, granjeou vastíssimas amizades e sempre esteve
presente, assessorando a todos os prefeitos de sua época, independentemente do
partido a que pertenciam.
Por
lamentáveis circunstâncias não mereceu em vida a honraria de ser Cidadão
Castilhense. Mas, ninguém amou mais sua terra adotiva que ele e é indiscutível
a grande expressão humana, social e cultural que ele teve em nosso município.
Resta-nos,
portanto, aplaudir sensibilizados esta homenagem que tanto veio a agradar sua
família e seus inúmeros amigos, preservando, indelevelmente, a exemplar memória
do Dr. Solon Lemos, para além do horizonte dos anos.
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