QUEM FOI ÁLVARO PINTO?
Firmino Costa
Álvaro Hippolyto Pinto nasceu em 7 de setembro de 1868,
na Fazenda São Domingos (hoje Município de Quevedos), onde nasceu também seu
sobrinho, o poeta Aureliano de Figueiredo Pinto. Casou-se em Júlio de Castilhos
com Georgina Correa Salles e não tiveram filhos. Era republicano e castilhista
convicto. Foi capitão de um Corpo Provisório da Brigada Militar e atuou na
Revolução de 93 ora na Divisão Centro ora na Divisão Norte.
Em
1906 e 7 foi vereador de Júlio de Castilhos. Foi por duas vezes Delegado de
Polícia e Vice-Prefeito de Cruz Alta.
Foi
Prefeito de Júlio de Castilhos por dois quatriênios: de 1909 a 12 e de 1921 a
24. Um dos melhores e mais atuantes prefeitos do passado:
Iniciou
a organização das ruas da Vila e ligou por calçamento algumas esquinas para
evitar o barro nos dias de chuva. Dividiu a área doada por Manoel Alvarenga em
33 quarteirões. Mandou abrir o Corredor das Tropas (Av. Jorge Mascarenhas) para
evitar a passagem de gado pelo centro da Vila. Inaugurou uma ponte sobre o
Arroio Buracos e mais duas em atuais municípios desmembrados. Construiu o
Matadouro Municipal. Promulgou várias leis visando o aformoseamento da Vila de
Júlio de Castilhos. Em beneficio da população pobre inaugurou, há 101 anos, a
Fonte Pública. Comprou uma grande área para ampliar as terras de cultura do
Posto Zootécnico que funcionava no atual Centro Social. Inaugurou o Banco
Nacional do Comércio e o primeiro Grupo Escolar da Vila. Cuidou das estradas
municipais e da instrução pública. E faria mais não fosse ter de enfrentar a
instabilidade política no ano da Revolução de 23.
No entanto, numa época em que a receita do
Município era pequena e era difícil de manter o equilíbrio do orçamento e
fiscalizar as arrecadações para aplicar judiciosamente o dinheiro público, ele
construiu a maior obra cultural do passado usando para tanto, também, muito de seus
recursos pessoais. Obra essa que, por si só, honra e dignifica uma pessoa e uma
administração: o “Theatro Municipal”, o primeiro de Júlio de Castilhos. Ele comprou
o terreno e mandou vir de Bagé uma empresa construtora. Um teatro que
comportava 168 lugares e 12 camarotes e que, 100 anos depois, geraria o soberbo
Centro Cultural que leva o seu nome a pedido de um Conselho Municipal de Cultura.
O generoso e humanitário Cel. Álvaro
Hippolyto Pinto, outrora um abastado fazendeiro, consumiu-se fazendo o bem para
terra que tanto amou. Empobreceu e acabou sobrevivendo com uma pequena pensão
mensal da Prefeitura até sua morte, em novembro de 1951.
Somente, pois,
uma pessoa que ignora completamente a história de nossa cidade pode encontrar
qualquer outro cidadão do passado que, além desse extraordinário prefeito,
mereça a honra de ter seu nome perpetuado no Centro Cultural.
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