terça-feira, 8 de abril de 2014

QUEM FOI ÁLVARO PINTO

QUEM FOI ÁLVARO PINTO?                                                          Firmino Costa

            Álvaro Hippolyto Pinto nasceu em 7 de setembro de 1868, na Fazenda São Domingos (hoje Município de Quevedos), onde nasceu também seu sobrinho, o poeta Aureliano de Figueiredo Pinto. Casou-se em Júlio de Castilhos com Georgina Correa Salles e não tiveram filhos. Era republicano e castilhista convicto. Foi capitão de um Corpo Provisório da Brigada Militar e atuou na Revolução de 93 ora na Divisão Centro ora na Divisão Norte.
            Em 1906 e 7 foi vereador de Júlio de Castilhos. Foi por duas vezes Delegado de Polícia e Vice-Prefeito de Cruz Alta.
            Foi Prefeito de Júlio de Castilhos por dois quatriênios: de 1909 a 12 e de 1921 a 24. Um dos melhores e mais atuantes prefeitos do passado:

            Iniciou a organização das ruas da Vila e ligou por calçamento algumas esquinas para evitar o barro nos dias de chuva. Dividiu a área doada por Manoel Alvarenga em 33 quarteirões. Mandou abrir o Corredor das Tropas (Av. Jorge Mascarenhas) para evitar a passagem de gado pelo centro da Vila. Inaugurou uma ponte sobre o Arroio Buracos e mais duas em atuais municípios desmembrados. Construiu o Matadouro Municipal. Promulgou várias leis visando o aformoseamento da Vila de Júlio de Castilhos. Em beneficio da população pobre inaugurou, há 101 anos, a Fonte Pública. Comprou uma grande área para ampliar as terras de cultura do Posto Zootécnico que funcionava no atual Centro Social. Inaugurou o Banco Nacional do Comércio e o primeiro Grupo Escolar da Vila. Cuidou das estradas municipais e da instrução pública. E faria mais não fosse ter de enfrentar a instabilidade política no ano da Revolução de 23.

             No entanto, numa época em que a receita do Município era pequena e era difícil de manter o equilíbrio do orçamento e fiscalizar as arrecadações para aplicar judiciosamente o dinheiro público, ele construiu a maior obra cultural do passado usando para tanto, também, muito de seus recursos pessoais. Obra essa que, por si só, honra e dignifica uma pessoa e uma administração: o “Theatro Municipal”, o primeiro de Júlio de Castilhos. Ele comprou o terreno e mandou vir de Bagé uma empresa construtora. Um teatro que comportava 168 lugares e 12 camarotes e que, 100 anos depois, geraria o soberbo Centro Cultural que leva o seu nome a pedido de um  Conselho Municipal de Cultura.

                        O generoso e humanitário Cel. Álvaro Hippolyto Pinto, outrora um abastado fazendeiro, consumiu-se fazendo o bem para terra que tanto amou. Empobreceu e acabou sobrevivendo com uma pequena pensão mensal da Prefeitura até sua morte, em novembro de 1951.


Somente, pois, uma pessoa que ignora completamente a história de nossa cidade pode encontrar qualquer outro cidadão do passado que, além desse extraordinário prefeito, mereça a honra de ter seu nome perpetuado no Centro Cultural. 

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